CRESCE NÚMERO DE DESEMPREGADOS HÁ MAIS DE 2 ANOS NO PAÍS, DIZ IPEA

O Ipea destacou que as mulheres foram as mais afetadas por esta condição no primeiro trimestre do ano.

O mercado de trabalho brasileiro continua bastante deteriorado e vem crescendo o número de desempregados que estão nesta situação há mais de dois anos, avaliou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em estudo publicado nesta terça-feira, 18. A melhora dessa situação depende da aprovação da reforma da Previdência no segundo semestre, indica o estudo.

“Se, no primeiro trimestre de 2015, 17,4% dos desocupados estavam nessa situação (desempregados há mais de dois anos), no mesmo período de 2019, este porcentual avançou para 24,8%, o que corresponde a 3,3 milhões de pessoas”, disse o Ipea em análise feita com base em micro dados na Pnad Contínua.

O Ipea destacou que as mulheres foram as mais afetadas por esta condição no primeiro trimestre do ano, na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior, representando 28,8% do total de desempregados há mais de dois anos, enquanto os homens representam 20,3%. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas, segundo o Ipea.

Já em análise dinâmica dos dados, na comparação com o primeiro trimestre de 2015, os grupos que apresentaram maior incremento nas suas populações desocupadas há mais de dois anos foram os homens, os trabalhadores mais jovens e os com ensino médio completo, cujas proporções saltaram de 11,3%, 15% e 18,5%, respectivamente, para 20,3%, 23,6% e 27,4%, no período.

“No caso dos trabalhadores mais jovens, este resultado acaba por corroborar um cenário de emprego ainda mais adverso, que combina desemprego elevado (27,3%), baixo crescimento da ocupação (0,4%) e queda de rendimento real (-0,8%)”, explicou o órgão vinculado ao Ministério da Economia, sugerindo que esses são os casos que inspiram maior atenção devido ao prejuízo que uma passagem pelo desemprego no início da carreira profissional traz para a trajetória profissional do jovem no médio e longo prazos.

Em uma visão mais ampla, o Ipea mostrou que a parcela de pessoas desocupadas há mais de dois anos entre os primeiros trimestres de 2015 e 2019 cresceu 42,4%.

O Ipea ressaltou que embora ainda bastante deteriorado e com um grande contingente de desempregados, os dados mais recentes sinalizam uma dinâmica mais favorável para o mercado de trabalho brasileiro, mas que dependem da aprovação da reforma da Previdência no segundo semestre.

De acordo com a Pnad contínua, no trimestre móvel encerrado em abril, a taxa de desocupação ficou em 12,5%, recuando 0,4 pontos percentuais na comparação com igual período do ano anterior. Em relação aos trimestres imediatamente anteriores, os dados dessazonalizados mostram que o desemprego vem mantendo uma trajetória de leve redução, com taxa de 12% no período fevereiro-março-abril de 2019. (Fonte: Estadão)

GOVERNO VAI DAR AUTORIZAÇÃO PARA TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS

Portaria com a lista dos 78 setores da economia afetados deve ser publicada nesta quarta-feira (19) (Por Thiago Resende)

O governo irá autorizar, em caráter permanente, ou regularizar o funcionamento de 78 setores da economia aos domingos e feriados. O número de setores com trabalho nesses períodos ainda pode mudar até a publicação da norma.

Com a medida, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, espera incentivar a geração de emprego.

“Com mais dias de trabalho das empresas, mais pessoas serão contratadas. Esses trabalhadores terão suas folgas garantidas em outros dias da semana. Respeito à Constituição e à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”, escreveu Marinho em uma rede social.

Segundo o secretário, a portaria busca atender necessidades de alguns setores. Ele citou especificamente o caso de uma safra que precisa ser recolhida e guardada para evitar uma chuva extemporânea que possa prejudicar essa colheita. “A safra não pode ser interrompida em função de um dia da semana. É uma questão de bom senso permitir que a safra possa ser recolhida independente se é segunda, terça, quarta, quinta, sexta ou sábado”, afirmou.

A portaria com a lista dos 78 setores deve ser publicada oficialmente nesta quarta-feira (19).

Parte desses setores aguardam o aval do governo para continuarem funcionando aos domingos e feriados.

Outros já operam nessas datas, sendo que alguns irregularmente, explicou o relator da medida provisória (MP) da liberdade econômica, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).

Em reunião com Marinho nesta terça (18), o deputado informou que deverá incluir o conteúdo da portaria na medida provisória. Assim, a autorização para a lista dos 78 setores poderia virar lei.

A MP tem o objetivo de reduzir barreiras à abertura de empresas e dar mais liberdade para que empresas possam produzir e empregar, inclusive em domingos e feriados.

A portaria assinada por Marinho detalha quais setores terão a permissão permanente a funcionar nesses períodos.

Segundo Goergen, atividades, como a produção de biodiesel, serão beneficiadas com a medida. Sem precisar desligar as máquinas, a produtividade deve aumentar, disse.

Ele também espera que empregos sejam criados no comércio de carros.

A secretária de Previdência e Trabalho também prepara um corte de 90% das normas de saúde e segurança no trabalho.

São 37 normas regulamentadoras, conhecidas como NR’s, que reúnem 6,8 mil regras distintas.

Para o governo, isso representa um grande potencial de multas a empresas por fiscais do trabalho e uma carga que impacta diretamente a competitividade dos produtos brasileiros.

O plano é começar com mudanças na NR 12, que trata de medidas de proteção para garantir a integridade física dos trabalhadores e prevenção de acidentes na instalação e uso de máquinas e equipamentos.

Até meados de julho, a nova versão dessa norma deve ser publicada. Também deve haver revisão de outras três NR’s, que tratam, por exemplo, de inspeção antes do funcionamento e de fiscalização e penalidades.

A MP da liberdade econômica flexibiliza o aval prévio para empresas de atividades econômicas de baixo risco.

A comissão formada por deputados e senadores para analisar essa medida provisória foi instalada nesta terça. A expectativa do relator é aprovar o texto no colegiado até 13 de julho.

Depois, a proposta seguiria para o plenário da Câmara e do Senado.

CONFIRA AS LISTAS

I – Indústria
Laticínios; excluídos os serviços de escritório.
Frio industrial, fabricação e distribuição de gelo; excluídos os serviços de escritório.
Purificação e distribuição de água (usinas e filtros); excluídos os serviços de escritório.
Produção e distribuição de energia elétrica; excluídos os serviços de escritório.
Produção e distribuição de gás; excluídos os serviços de escritório.
Serviços de esgotos (excluídos os serviços de escritório).
Confecção de coroas de flores naturais.
Pastelaria, confeitaria e panificação em geral.
Indústria do malte; excluídos os serviços de escritório.
Indústria do cobre eletrolítico, de ferro (metalúrgica) e do vidro; excluídos os serviços de escritório.
Turmas de emergência nas empresas industriais, instaladoras e conservadoras de elevadores e cabos aéreos.
Trabalhos em curtumes; excluídos os serviços de escritório.
Alimentação de animais destinados à realização de pesquisas para preparo de soro e outros produtos farmacêuticos.
Siderurgia, fundição, forjaria, usinagem (fornos acesos permanentemente); excluídos os serviços de escritório.
Lubrificação e reparos do aparelhamento industrial (turma de emergência).
Indústria moageira; excluídos os serviços escritório.
Usinas de açúcar e de álcool; excluídos oficinas e escritório.
Indústria do papel de imprensa; excluídos os serviços de escritório.
Indústria de vidro; excluídos os serviços de escritório.
Indústria de cimento em geral; excluídos os serviços de escritório.
Indústria de acumuladores elétricos, porém unicamente nos setores referentes a carga de baterias, moinho e cabine elétrica; excluídos todos os demais serviços.
Indústria da cerveja; excluídos os serviços de escritório.
Indústria do refino do petróleo.
Indústria Petroquímica; excluídos os serviços de escritório.
Indústria de extração de óleos vegetais comestíveis; excluídos os serviços de escritório.
processamento de hortaliças, legumes e frutas.
indústria de extração de óleos vegetais e indústria de biodiesel, excluídos os serviços de escritório.
Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivados da Uva e do Vinho, excluídos os serviços de escritório;
Indústria aeroespacial.

II comércio
Varejistas de peixe.
Varejistas de carnes frescas e caça.
Venda de pão e biscoitos.
Varejistas de frutas e verduras.
Varejistas de aves e ovos.
Varejistas de produtos farmacêuticos (farmácias, inclusive manipulação de receituário).
Flores e coroas.
Barbearias, quando funcionando em recinto fechado ou fazendo parte do complexo do estabelecimento ou atividade, mediante acordo expresso com os empregados.
Entrepostos de combustíveis, lubrificantes e acessórios para automóveis (postos de gasolina).
Locadores de bicicletas e similares.
Hotéis e similares (restaurantes, pensões, bares, cafés, confeitarias, leiterias, sorveterias e bombonerias).
Hospitais, clínicas, casas de saúde e ambulatórios.
Casas de diversões; inclusive estabelecimentos esportivos em que o ingresso seja pago.
Limpeza e alimentação de animais em estabelecimentos de avicultura.
Feiras-livres e mercados, comércio varejista de supermercados e de hipermercados, cuja atividade preponderante seja a venda de alimentos, inclusive os transportes a eles inerentes.
Porteiros e cabineiros de edifícios residenciais.
Serviços de propaganda dominical.
Comércio de artigos regionais nas estâncias hidrominerais.
Comércio em portos, aeroportos, estradas, estações rodoviárias e ferroviárias.
Comércio em hotéis.
Agências de turismo, locadoras de veículos e embarcações.
Comércio em postos de combustíveis.
Comércio em feiras e exposições.
Comércio em geral.
Estabelecimentos destinados ao turismo em geral.

III – Transportes 
Serviços portuários.
Navegação, inclusive escritório, unicamente para atender a serviço de navios.
Trânsito marítimo de passageiros; excluídos os serviços de escritório.
Serviço propriamente de transportes; excluídos os transportes de carga urbanos e os escritórios e oficinas, salvo as de emergência.
Serviço de transportes aéreos; excluídos os departamentos não ligados diretamente ao tráfego aéreo.
Transporte interestadual rodoviário, inclusive limpeza e lubrificação dos veículos.
Transporte de passageiros por elevadores e cabos aéreos.
Serviços de manutenção aeroespacial.

IV – Comunicação e Publicidade
Empresa de comunicação telegráficas, radiotelegráficas e telefônicas; excluídos os serviços de escritório e oficinas, salvos as de emergência.
Empresas de radiodifusão, televisão, de jornais e revistas; excluídos os serviços de escritório.
Distribuidores e vendedores de jornais e revistas (bancas e ambulantes).
Anúncios em bondes e outros veículos (turma de emergência)

V – Educação e cultura
Estabelecimentos de ensino (internatos); excluídos os serviços de escritório e magistério.
Empresas teatrais; excluídos os serviços de escritório.
Biblioteca; excluídos os serviços de escritório.
Museu; excluídos de serviços de escritório.
Empresas exibidoras cinematográficas; excluídos de serviços de escritório.
Empresa de orquestras.
Cultura física; excluídos de serviços de escritório.
Instituições de culto religioso.

VI – Serviços funerários
Estabelecimentos e entidades que executem serviços funerários.

VII – Agricultura e pecuária
Limpeza e alimentação de animais em propriedades agropecuárias.
Execução de serviços especificados nos itens anteriores desta relação.
Colheita, beneficiamento, lavagem e transporte de hortaliças, legumes e frutas. (Fonte: Folha.com)

Financiários terão reajuste de 5,83

Reajuste também incide sobre vales alimentação, refeição gratificações e demais cláusulas econômicas; primeira parcela da PLR será paga em 20/9

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (7) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de maio. A variação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 4,78%. Somado o aumento real de 1%, acordado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o reajuste da categoria será 5,83%, no salário e nas demais cláusulas econômicas.

“Sabemos que os trabalhadores merecem muito mais, mas, na atual conjuntura, temos que comemorar um reajuste com aumento real de 1% em todas as cláusulas econômicas”, disse o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT, Jair Alves, que coordena a representação dos trabalhadores mesa de negociações com a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi).

“Este reajuste é uma conquista da campanha realizada em 2018, quando firmamos um acordo de dois anos que garantiu o aumento real de 1% acima da inflação neste ano”, explicou o dirigente da Contraf-CUT.

PLR

A primeira parcela da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) pode ser paga até dia 20 de setembro. Pela regra básica os trabalhadores têm direito a receber o valor referente a 90% do salário, mais um valor fixo de R$ 2.826,60. Além deste valor, há um adicional de 20% do valor fixo, que será de R$ 565,32.

Além da primeira parcelada da PLR, os funcionários do Itaú ligados às financeiras receberão os valores correspondentes ao Programa Complementar de Resultados (PCR).

O reajuste também incide sobre vales alimentação e refeição, gratificações e demais cláusulas econômicas da CCT da categoria (veja tabela abaixo).

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bancos lucros

ENTRE JANEIRO E ABRIL, BANCOS ELIMINARAM 1.720 POSTOS DE TRABALHO

Dado apontado pelo Caged contrasta com os lucros sempre crescentes do setor. Bancos deveriam ter responsabilidade social e não impulsionar a já elevada taxa de desemprego no país

Nos primeiros quatro meses do ano, o setor bancário eliminou 1.720 postos de trabalho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério da Economia.

No ano passado, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander lucraram R$ 85,9 bilhões, crescimento de 16,2% em relação a 2017, quando essas empresas que respondem por 90% dos empregos bancários no país lucraram R$ 74 bilhões.

“Os bancos que já publicaram seus balanços trimestrais (Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil) tiveram lucros superiores ao mesmo período do ano passado e também em relação ao último trimestre de 2018, ano de resultados recordes no setor financeiro. Ao invés de colaborar para a retomada econômica do país, uma vez que possui todas as condições para isso, o setor financeiro agrava a já altíssima taxa de desemprego, pratica juros extorsivos e defende a reforma da Previdência, que acaba com a aposentadoria pública, solidária e para todos. Sobra ganância e falta responsabilidade social ao setor”, critica a diretora do Sindicato de SP Erica Oliveira.

Rotatividade
Como se não bastasse cortar postos de trabalho em um cenário de alto desemprego no país, os bancos ainda lucram com a rotatividade, demitindo bancários que ganham mais e contratando funcionários com salários mais baixos. De janeiro a abril, os bancários que ingressaram no setor recebiam em média 67% do que ganhavam os que foram desligados dos bancos.

Desigualdade de gênero
Outro dado que chama a atenção no recorte do setor bancário no Caged é a desigualdade de gênero. Nos quatro primeiros meses de 2019, as mulheres que ingressaram no setor recebiam em média 77% dos homens contratados no mesmo período. Entre os desligados, as mulheres recebiam em média 71% da remuneração dos homens desligados dos bancos.

Na última Campanha Nacional Unificada dos Bancários, no ano passado, a categoria conquistou a realização de um novo Censo da Diversidade, que deve iniciar este ano. O censo é uma ferramenta importante no combate às desigualdades de gênero e raça no setor bancário e para a promoção de políticas de igualdade de oportunidades para mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e negros. (Fonte: Seeb SP)

BANCOS GANHAM DINHEIRO MESMO COM ECONOMIA BRASILEIRA PARADA

(Por Mario Sergio Lima)

Os bancos brasileiros estão mostrando sua capacidade de ganhar dinheiro sob quaisquer circunstâncias, com os lucros saltando mesmo quando a maior economia da América Latina tem dificuldades em se recuperar, e a taxa de desemprego permanece em dois dígitos.

Os quatro maiores bancos do país com ações na Bolsa –Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Bradesco– completaram seu melhor trimestre desde 2015, de acordo com a empresa de análise de dados Economática.

Seus lucros subiram 17% na comparação anual entre janeiro e março, período marcado por turbulências políticas, perda de confiança dos empresários e queda nas expectativas de crescimento.

Além disso, as instituições financeiras registraram lucros mesmo com o Banco Central mantendo a taxa básica de juros em seu menor nível histórico, além de avançar com os esforços para reduzir os spreads bancários e aumentar a concorrência.

Embora a reputação do setor financeiro em ganhar dinheiro já seja conhecida, seu sucesso recente em meio a um cenário tão difícil chamou a atenção de autoridades do BC, que apontaram em relatório que a rentabilidade voltou aos níveis anteriores à recessão de dois anos do Brasil.

“Os bancos ainda vão continuar com a rentabilidade com patamar elevado e têm espaço para aumento”, disse Tatiana Brandt, analista de ações da Eleven Financial Research. “Não acho que os spreads caem de forma muito rápida, os bancos trabalham com isso. Eles estão sendo muito bem-sucedidos com mix de carteira, aumentando serviços. Ao mesmo tempo em que a competição está sendo ampliada no Brasil, os grandes bancos estão olhando o exterior.”

Spreads altos
Os spreads médios de empréstimos do Brasil, um termo que se refere à diferença entre a taxa de depósito e a taxa cobrada sobre empréstimos, são os mais altos do mundo depois de Madagascar, de acordo com o Banco Mundial. Os bancos também cortaram custos fechando quase 10% das agências físicas desde 2014, bem como reduzindo as despesas com inadimplência.

Os bancos reforçaram ainda mais seus lucros, tirando proveito das operações de tesouraria, com operações cambiais e títulos. Os lucros do setor também foram ajudados por taxas em serviços, como as cobradas em contas-correntes e cartões de crédito, uma área mais lucrativa do que a concessão de empréstimos.

Tais fatores ajudaram a amenizar o impacto de uma combinação de desemprego e subemprego que atingiu 25% da força de trabalho, bem como a incerteza sobre as reformas econômicas que brecou os investimentos corporativos. Os analistas cortaram por 12 semanas seguidas suas previsões de crescimento do PIB em 2019.

Ainda assim, tanto o lucro líquido do Santander no primeiro trimestre, quanto o do Banco do Brasil, superaram todas as estimativas nas pesquisas da agência de notícias Bloomberg. Enquanto isso, o Bradesco registrou um aumento de dois dígitos no crescimento do crédito e no lucro líquido ajustado em relação ao mesmo período do ano anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido do Itaú alcançou o maior nível desde 2015.

Ação do governo
O sucesso financeiro do setor mostra que os bancos se tornaram “descolados” de uma economia muito mais fraca, disse André Perfeito, economista-chefe da Necton. Essa disparidade também aumenta as chances de pressões políticas, particularmente se crescer o descontentamento popular a respeito de uma recuperação fraca, disse ele.

O pedido informal do presidente Jair Bolsonaro, no mês passado, para que o Banco do Brasil baixasse suas taxas de juros para o setor agrícola, despertou um alerta entre os investidores, que temem a intromissão do governo. O porta-voz do governo, Otavio Rego Barros, disse depois que Bolsonaro não irá intervir nas políticas de juros do banco.

O BC tomou medidas para reduzir os spreads bancários, fomentar a concorrência e criar regulamentação para que a indústria de Fintech cresça, em uma agenda estabelecida pelo ex-presidente do banco Ilan Goldfajn e que continuou com seu sucessor, Roberto Campos Neto. Em uma audiência no Congresso este mês, Campos Neto disse aos parlamentares que ainda há trabalho a ser feito para reduzir os altos custos bancários.

“É um conjunto de variáveis que temos de atacar”, disse ele. “Com a queda de juros começamos a ver os problemas que existem. Como tivemos juros altos por muito tempo, criamos distorções, temos de fazer essas medidas micro para abaixar esses custos.”

–Com a colaboração de Felipe Marques, David Biller e Adriana Dupita. (Fonte: UOL)

Caixa vai contratar aprovados no concurso de 2014

Pouco depois de anunciar a abertura de mais um Programa de Demissão Voluntária (PDV), a direção da Caixa Econômica Federal emitiu um comunicado interno na sexta-feira (17), informando aos empregados que vai contratar os candidatos aprovados no concurso de 2014.

De acordo com o documento, os novos trabalhadores começarão a ser chamados a partir do dia 3 de junho.

A expectativa é de que sejam convocados cerca de 2,5 mil candidatos em todo o país. Desse quantitativo, algo em torno de 25% deve ser de pessoas com deficiência. Os novos contratados vão ser alocados nas agências do banco. As contratações devem ocorrer até o final do ano.

JUSTIÇA

Depois de perder em todas as instâncias da justiça, a direção do banco resolveu contratar os aprovados no concurso de 2014.

O imbróglio jurídico começou em 2016, quando o Ministério Público do Distrito Federal entrou na justiça contra o banco exigindo a contratação.

Isso porque, em 2015, a estatal se comprometeu em contratar 2 mil novos bancários. O compromisso foi firmado no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Desde então, a justiça deu ganho causa ao MPDFT.

Recentemente, a Caixa também perdeu em relação aos empregados com deficiência. O banco deveria ter em seus quadros, no mínimo, 5% de trabalhadores nessa situação. Atualmente, a instituição tem algo perto de 2%.

Para corrigir isso, dos novos contratados, 25% serão de pessoas com deficiência.

Diretoria Executiva da CONTEC

A origem do 1º de Maio

A origem do 1º de Maio foi o massacre ocorrido em Chicago, Estados Unidos. Neste dia, em 1886, uma greve nacional pela jornada de 8 horas, sob a bandeira “8 horas de trabalho, 8 horas de sono, 8 horas de lazer”, deflagrada por órgãos de representação dos trabalhadores estadunidenses, foi violentamente reprimida e suas lideranças punidas.

A partir desta data, o 1º de Maio é comemorado em homenagem aos operários mortos durante conflitos com a polícia e aos oito líderes do movimento. Quatro foram enforcados, um suicidou-se, dois foram condenados à prisão perpétua e outro a 15 anos de cárcere. Seis anos depois, o governador do Estado de Illinois (Estados Unidos), sob pressão internacional, anula a sentença, liberta os três sobreviventes.

Segundo o livro “1º de Maio, Cem anos de Luta (1886-1986), de autoria de José Luiz Del Roio, o número de mortos no massacre “nunca se conseguiu apurar…pois os corpos foram enterrados às escondidas. Seguramente foram dezenas”. Hoje, 133 anos depois, a bandeira levantada pelos operários estadunidenses continua atual. A redução da jornada é uma das alternativas para gerar emprego no país.

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BANCOS FECHAM 1.655 POSTOS DE TRABALHO NO PAÍS EM 2019

As demissões sem justa causa representaram 53,5% do total de desligamentos

Os bancos fecharam 1.655 postos de trabalho no país, nos primeiros três meses de 2019, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foram responsáveis pelo fechamento de 1.656 postos no período, enquanto a Caixa fechou 74 postos.

Os piores saldos foram registrados no Rio Grande do Sul (676 postos fechados), no Rio de Janeiro (-423 postos) e no Ceará (-143 postos). Por outro lado, Pará e São Paulo apresentaram os maiores saldos positivos, abrindo 86 e 76 postos respectivamente.

As demissões sem justa causa representaram 53,5% do total de desligamentos no setor bancário nos três primeiros meses de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 32,2%. Em janeiro foram, ainda, registrados 49 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram do emprego nessa modalidade apresentaram remuneração média de R$11.063,00, bastante superior à média (R$ 6.318,22).

Faixa etária
A abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, com criação de 2.387 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 1.846 postos, contudo, na faixa entre 30 e 39 anos, foram fechados 1.277 e entre 40 e 49 anos, o saldo foi de 906 postos fechados.

Desigualdade entre Homens e Mulheres
As 3.063 mulheres admitidas nos bancos em janeiro a março de 2019 receberam, em média, R$ 3.993,00. Esse valor corresponde a 78,8% da remuneração média auferida pelos 3.736 homens contratados no período. Constata-se uma diferença de remuneração ainda maior entre homens e mulheres nos desligamentos. As 4.199 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.581,00, o que representou 70,6% da remuneração média dos 4.255 homens desligados dos bancos no período. (Fonte: Caged)